EM SÃO MIGUEL O ANJO

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

OS 3 REIS DO ORIENTE

OS 3 REIS DO ORIENTE
Vieram da Pérsia e da Arábia,

E da India, do Saara,

O auto do Reis Magos, de Gil Vicente, foi escrito a pedido da rainha D. Leonor para o Dia dos Reis.

Personagens: Gregório e Valério (pastores), um Ermitão e um Cavaleiro.

Argumento: Esta peça foca a viagem de dois pastores até Belém para visitar o Menino Jesus. 

Os pastores perdem-se no caminho. Entretanto, aparece-lhes o Ermitão e o Cavaleiro que escoltavam os Reis Magos. 

O auto termina com os Reis, os pastores, o Ermitão e o Cavaleiro cantando um vilancete junto do Presépio. 

O canto, além de servir de finalização ao auto, é uma presença constante na obra.
Os Reis Magos foram homens que guiados por uma estrela conseguiram visitar Jesus logo após seu nascimento. Reconhecidos como Baltasar, rei da Arábia de cor negra; Melchior, rei da Pérsia de cor clara e Gaspar, rei da Índia de cor amarela, representam os povos de toda cor e nação.
Traziam consigo presentes a Jesus que tinham um significado especial:
O ouro representava nobreza e era presente oferecido apenas para reis;
O incenso representa a fé e era presente oferecido apenas para sacerdotes;
A mirra representa perfume suave e sacrifício e era presente oferecido a profetas.
- Com base nesses conhecimentos e pesquisas na história, e porque fui com 16 anos actor que representou/personificou o rei Baltazar numa peça de teatro deste Auto de Gil Vicente, em que eram ensaiadores meu pai (analfabeto) que me quis ensinar Latin (!?) enquanto rei, e Sr. Américo de Teibas, de Pedrouços, Maia, com apenas a 4 classe. 
O Auto dos tres reis magos de Gil Vicente em Pedrouços (1971) só não foi avante, porque o tempo de obediência aos dias de namoro era cumprido na íntegra beijoqueira, e eram muitos os faltosos jovens actores por esse motivo.

Este relato poético de fragmentos da história que se enquadra no momento de festividade natalícia, será declamado na última TERTÚLIA de 2018, na Galeria Vieira Portuense, dia 15, Sábado, a partir das 16 horas.
Porque a vida social e cultural acontece do outro lado da Circunvalação, na cidade do Porto, lá nos encontraremos.


ABRAÇO POÉTICO ONDE ELE TEM ACEITAÇÃO!
OS MAGOS DE FARIA 2018
Dos reis magos sabe a gente,
E é a história que o diz,
Escrita por Gil Vicente;
Pois Leonor assim o quis.

O presépio foi o destino,
Dos três reis, foi a razão;
Para adorar o menino,
Que anuncia a salvação.

E quando junto ao monarca,
Os magos se apresentaram;
O Melchior se destaca,
Dizendo o que combinaram.

“da Pérsia, Saara e Arábia,
Com todos os seus estados;
Somos senhores do domínio,
Todos somos reis coroados.”

E Melchior continuou,
Com soberano louvor;
Sobre a estrela que os guiou;
Para verem o salvador:

“Um novo astro ali vimos,
Que sumamente luzido;
Nos conduziu até aqui,
A adorar um Deus nascido.

Que do nada criou tudo,
Que ilumina a terra e os céus;
E até mesmo se aclama,
O novo rei dos Judeus.”
E conclui:
Eis aqui o fim que nos trouxe
A uma região tão distante,
Queremos pois que nos digas,
Onde nasceu esse infante.”

E antes de Herodes falar,
Responder ao perguntado;
Disse o preto Baltazar
Num latin malfalado:

“Aurto rei, graudi sior
Da Jureia e seus e seus eruditas,
Os céus proferem seu reina,
Por sécuras infiritas.

Herodes, monarca Augusto,
Sarbe mim vezes venturoso,
Por gozares em teu reina
Como um senhor poreroso.”

Foi então que o rei Gaspar,
Apontando para o céu;
Disse a Herodes para olhar
Onde a estrela apareceu:

Pois é nesta direção
Dessa luz incandescente,
Nos aponta a salvação;
Do Deus omnipotente,

Virá com o nascimento,
De um sagrado menino;
Que trará a todo o tempo,
A presença do divino.

Será o Rei dos Judeus,
Assim rezam as escrituras,
E foi mandado por Deus
Para proteger as criaturas.

Herodes sem conhecer,
Toda esta revelação;
Onde o menino vai nascer,
Para ser rei e salvação.

O Melchior e o Gaspar,
Ficaram sem saber nada,
Tal como o Baltazar,
Que no latim tropeçava.

E do monarca partiram,
Para Belém da Judeia;
E na estrela que seguiram
Percorreram muita areia.

Dias e noites seguindo,
No céu a luz tão sagrada;
Na procura do provindo,
Ainda hoje venerada.

- Não esperemos o Natal,
O que em nós está presente;
Se não praticarmos o mal
Para o bem de toda a gente.

José Faria - 13/12/2018 ✍️🤔📖

sábado, 1 de dezembro de 2018

NOVA CHUVA



MANSA CHUVA          

Já chegou a chuva de mansinho,
A refrescar os prados e os montes;
E a assentar a poeira do caminho,
Encher de água as suas fontes.

Desperta o desejo pelo gosto,
De pedalar por aí encharcadinho;
Sentir a chuva fresca sobre o rosto,
De os charcos cortar e abrir caminho.

Rolar na lama de quelhas e vielas,
Sentir a graça e alegria de viver,
Com a borra da terra nas canelas,
E a força desportiva por prazer.

Já chegou e cai suavemente;
Rejuvenesce os montes e os prados,
Toda a terra e seus habitantes.

Divina dádiva chega a toda a gente,
E aos frutos da terra renovados,
São Natureza, milagres constantes.
José Faria


segunda-feira, 26 de novembro de 2018

CORAÇÃO ENTRE PALAVRAS


CORAÇÃO ENTRE PALAVRAS                           

Coração entre palavras,
Palavras de paz, de amor,
De compreensão!...

De respeito, de amizade,
Convívio e felicidade
E de humanização!

Palavras mudas e sonoras,
Falantes, sussurrantes;
Em todas as boas horas.

Palavras calmas, ditas,
Lidas e declamadas,
Por vezes são perturbadas.

Como amigas de formação,
Da frase e compreensão,
Tantas vezes magoadas;

E só porque a emoção,
Sem rédeas nem contenção,
As deixa de mãos atadas.

E as palavras… caladas,
Mais nobres de instrução,
Sentem-se deslocadas,
Nos ventos de agitação.

E vão procurar a razão,
Refúgio na retidão,
Da sua ortografia.

Pela sua elevada função,
E até por educação,
Que é a sua mais-valia.

Palavras que o vento leva,
Pela sua salvação;
Por ordem do coração.

Coração entre palavras,
Não lhes dês muita atenção.

    José Faria

NOVA CHUVA


NOVA CHUVA    
      
Já chegou a chuva de mansinho,
Para regar os prados e os montes;
E a assentar a poeira do caminho,
Encher de água limpa as suas fontes.

Até o lavrador já encharcadinho,
Com a água lhe descendo a fronte;
Cantarola pelos charcos do caminho.
Vai sorrindo de olhar no horizonte.

Leva o carro dos bois alegremente,
Por socalcos junto à terra enlameada,
De onde arranca o pão do dia-a-dia.

Esta dádiva chega para toda a gente,
Da natureza é fonte sagrada;
Se ela a vida não existiria.

José Faria

FOLHAS SOLTAS


FOLHAS SOLTAS

Soltam-se as folhas,
 Vão no vento,
  Amarelecidas e cansadas;
   É o fim de vida
    Em voo lento,
     Na festa de Outono
      Em desfolhadas.

            Formam tapetes
             Em chão barrento,
              Nos campos, jardins,
               Lagos, estradas;
                E ganha a nudez,
                 Encantamento,
                  Nas árvores ao léu
                   Tão desnudadas.

Até fim de inverno
  Em hibernação,
    Em sono e silêncio
      Descanso parado…
        E a terra molhada,
          Anseia o porvir
            Da criação,
              Tão esperada.

E o fruto da vida
                  Mais renovado,
                                  Num novo sorrir
                                                 De Primavera.

José Faria




quarta-feira, 21 de novembro de 2018

FOLHAS AO VENTO


FOLHAS AO VENTO

Esvoaçam folhas, vão no vento,
Imposto por donos de tempestades;
Como esvoaça o meu pensamento,
Contornando adversidades.

Teve a vida social outras verdades,
De alegria e mais contentamento;
As estações soltam sempre novidades,
O Outono as folhas no fim do tempo.

A vida segue nas mãos da natureza,
Com avanços e recuos da humanidade;
Em toda a terra de fertilidade.

É a dádiva da vida sobre a mesa,
Milagre da existência é felicidade,
E do mundo é a maior riqueza.

José Faria

terça-feira, 20 de novembro de 2018

PEDALADA A VILA DO CONDE


Fui visitar Vila do Conde,
E a rendilheira a rendilhar;
E voltei sabem por onde?
Pela costa a ver o mar.
Junto ao Ave a senhora,
Que é mulher do pescador;
Espera ali a toda a hora,
Que regresse o seu amor.

Que anda no mar a pescar,
Com sua luta e tormento;
Para a família alimentar,
Pois o mar é seu sustento.

ESTA MORRINHA




Esta morrinha temente,
Que anda tudo a humedecer,
Com o S. Martinho ausente,
Era para acontecer.

É uma morrinha temente,
Nem parece querer molhar;
E nem se quer tem presente,
Que há castanhas ainda a assar.

Desta umidade me lembro,
Que suaviza este domingo;
Como este dezoito de novembro,
Que se espalha pingo a pingo.

E da minha habitação,
Da janela do escritório;
Parecem em hibernação,
As rolas em dormitório.

José Faria