EM SÃO MIGUEL O ANJO

segunda-feira, 29 de maio de 2017

POESIA SEM ROSTO


FUTILIDADES POÉTICAS

Melhor fosse a perífrase utilizada,
Para dar à poesia mais aragem;
Porque há muita que ao ser declamada,
De metáforas está tão carregada,
Que nem se chega a perceber qual a mensagem.

E basta uma palavra desajustada,
Para inverter a ideia ou imagem,
E o sentido da frase versada.
Porque a vaidosa palavra realçada,
Tirou ao poema toda a coragem.

Depois vem a poesia do lamento,
Da tristeza, da dor e da saudade;
Tal como o fado choradinho;

Para o progresso é perda de tempo,
Não se constrói com isso felicidade,
Nem a sociedade quer esse caminho.

José Faria


VALOR DA ARTE



Há olhos pequenos em pequeno pensamento,
Tão pobre na leitura da arte e do autor,
Pela forma de ser, e fraco entendimento,
Valoriza o tamanho e nunca o seu valor.

Seja escultura, livro ou monumento,
Só a vê se com esplendor,
Pois no tamanho, para ele, está o talento;
Mas a arte requer olhos de condor.

Está nas mais pequenas dimensões,
E no grão da semente a vida grata,
A medição da arte e seu louvor;

Vale mais um grão de ouro ou de prata,
Do que tantas inúteis construções;

Ou que grandes livros só de capa.
José Faria

PAU MANDADO E ARMADO



Chamem às tropas militares,
Aviadores ou marinheiros
Comandos ou fuzileiros...
São somente homens armados.

Sejam de terra ou de mar,
São filhos do povo roubados
Obedientes, comandados;
Instruídos para matar.
José Faria